Uma pesquisa do Instituto QualiBest mostrou que 46% dos entrevistados conhecem os pronomes neutros e traz dados sobre a importância do uso deles para inclusão e diversidade, como você confere clicando aqui. As tendências do uso do pronome neutro não param de crescer. Outra pesquisa feita nos Estados Unidos e intitulada The Trevor Project entrevistou 40 mil pessoas entre 13 e 24 anos, revelando que 25% dos respondentes optam por pronomes sem gênero. O estudo mostrou ainda que dois terços dos adolescentes LGBT mesclam os pronomes não binários com feminino e masculino.

Esses números traduzidos significam que um a cada quatro desses jovens utiliza as palavras neutras. Em português, esses pronomes seriam “elu, delu, ile, dile” (sugestão criada por Andrea Zanella, psicóloga, e Pri Bertucci, CEO da [DIVERSITY BBOX]) – mas é importante ressaltar que, no Brasil, especialistas comentam que a transformação linguística pode ser um processo lento, por depender principalmente de um contexto social favorável a isso.

Ao mesmo tempo, o Dicionário Merriam-Webster selecionou a palavra em inglês “they” (usada para designar não-binários) como palavra do ano de 2020. Sendo um dos dicionários mais importantes da língua inglesa, anunciou ainda a expansão da lista de pronomes, incluindo os termos neutros “them” e “they” em suas edições – eles podem ser usados no lugar de “ele” ou “ela”. Outro importante dicionário, o Oxford English Dictionary rastreou a primeira vez em que os termos foram usados no idioma e chegou até 1375, mostrando que a discussão não vem de hoje.

Quais as Tendências do uso do pronome neutro no Brasil?

Ao mesmo tempo que a população tende a buscar por essas informações e maneiras de usar o pronome neutro, há projetos de lei em trâmite para proibir o ensino da linguagem neutra em escolas de cidades como Registro (SP) e Porto Alegre (RS), por exemplo.

Há ainda uma discussão entre diferentes linguagens: a neutra, que pode demandar mais tempo pela mudança profunda que significa no comportamento social e gramatical; a inclusiva, que visa a adaptar falas sem alterar palavras para diminuir ao máximo marcadores de gênero, estruturas racistas e outros tipos de discriminações; e a queer, que aborda mais diretamente gênero e sexualidade.

Alguns idiomas, como turco e finlandês, não apresentam gênero em suas palavras, enquanto que o inglês possui poucos marcadores de gênero quando comparado ao português ou espanhol, por exemplo.