Em um momento de grandes incertezas ter acesso a dados e informações confiáveis que ajudam a entender o comportamento dos brasileiros devido aos impactos causados pelo coronavírus é fundamental para que as empresas possam se adaptar as demandas dessa nova realidade e para que elas sejam capazes de criar estratégias que continuem atingindo seu público-alvo, mesmo durante a quarentena.

Nesse artigo especial do Instituto QualiBest vamos te ajudar a entender as mudanças nos hábitos dos brasileiros, a extensão de suas preocupações e anseios, como estão fazendo para ter acesso a itens básicos, como alimentação e higiene e principalmente no que diz respeito a sua percepção sobre o vírus e a pandemia, quais as maiores preocupações e expectativas para o futuro.

Todos os dados que serão apresentados foram extraídos das pesquisas realizadas pelo Instituto QualiBest ao longo de 5 ondas de estudos, que tiveram abrangência nacional, contemplando públicos de todas as classes sociais, estudantes, trabalhadores, homens e mulheres a partir de 24 anos e com idade média de 35 anos.

Os efeitos do coronavírus no comportamento da população no início da quarentena

As duas primeiras ondas de estudos ocorreram entre os dias 10 a 12 de março e 20 a 22 de março, nesse momento as principais preocupações circundavam o fato do coronavírus não ter cura ou tratamento definitivo, além das dúvidas sobre a sua forma de transmissão e sintomas.

Tais preocupações eram associadas ainda a forma como a mídia em geral repercutia o assunto:

  • Durante a primeira onda 22% acreditavam que a mídia aumentava muito o assunto, número que caiu para 12% na segunda onda;
  • 23% achavam que a mídia aumentava um pouco o assunto, número que caiu para 19%;
  • 36% achavam que ela repercutia exatamente o que estava acontecendo, esse percentual subiu para 42% na segunda onda.

Mas como essas dúvidas e medos sobre o coronavírus atuam na mudança de hábitos dos brasileiros?

Para a maioria (73%) o maior medo era o de ser ou ter algum da família contaminado, por isso, logo no início das pesquisas do Instituto QualiBest foi possível notar as mudanças nos hábitos de higiene (principal forma de prevenção da doença), no qual 94% dos respondentes disseram prestar mais atenção a isso. O que tornou possível notar o aumento no consumo desse tipo de produto, principalmente álcool em gel (67% durante a 2ª onda).

Com o passar do tempo as preocupações também mudaram…

A terceira onda de estudos sobre o “Comportamento do consumidor durante a quarentena”, que aconteceu durante os dias 27 a 30 de março mostrou que a preocupação principal era em conter o avanço do vírus.

Para isso, o número de adeptos ao isolamento social aumentou, e 8 em cada 10 dos internautas brasileiros diziam cumprir a medida preventiva. Algo possível também, devido a possibilidade de trabalho em regime doméstico: 27% fazendo home office pela empresa e 11% profissionais autônomos.

Além disso, durante a 3ª onda foi possível notar que aproximadamente 12% dos entrevistados que não são profissionais da saúde continuaram trabalhando fora, em locais como: padarias, supermercados, restaurantes, motoristas de aplicativos e correios.

Com relação a repercussão da mídia, a sensação de exacerbamento subiu de 12% na 2ª onda para 25% na 3ª, enquanto aqueles que consideravam o noticiário fiéis aos fatos caiu, de 42% para 37%.

A quarentena fez com que ficasse mais difícil controlar os gastos e muito disso é devido as novas maneiras de consumo, com o medo da falta de alguns produtos (principalmente alimentos e de higiene) a necessidade de evitar aglomerações e a adaptação às opções de compra no ambiente virtual.

Durante esse período o controle de gastos não foi exatamente como a população previu:

  • 49% compraram apenas o necessário, se preocupando com os gastos e evitando supérfluos;
  • 39% realizavam compras em horários alternativos para evitar aglomerações;
  • 33% passaram a dar maior preferência aos pequenos comércios;
  • 29% passaram a comprar mais, a fim de diminuir as idas aos mercados;
  • 20% passaram a comprar mais online.

Todos os números caíram em proporção a 2ª onda de estudos.

Qual o comportamento odo consumidor agora?

Assim como aconteceu nos estudos anteriores, durante as 4ª e 5ª ondas houve mudanças sutis no comportamento e percepção dos respondentes, algumas das mudanças positivas foi o aumento de pessoas realizando o isolamento social de 80% para 84%.

Com o achatamento da curva ainda distante, os sentimentos ficaram mais confusos e as opiniões divididas, mas sentimentos otimistas, calmos e pacientes ainda são maioria, em comparação aos ansiosos, irritados e impacientes.

Contudo, o medo de morrer ganha mais força, ao passo que o número de conhecidos com o vírus também cresce. Durante a 3ª onda a média de conhecidos com coronavírus era de 2, já na 4ª onda a média subiu para 2,6.

  • 12% de pessoas próximas de amigos ou parentes;
  • 5% de amigos;
  • 5% de pessoas com sintomas que não fizeram o exame e se trataram em casa;
  • 4% de vizinhos ou alguém próximo (vizinhança).

Além dos medos e inseguranças da população, o tempo de quarentena fez crescer a preocupação com a economia, mas para a maioria a saúde e a contenção do contágio do coronavírus ainda é prioridade:

  • Para 56% é mais importante pensar em cuidar para que o vírus não se espalhe, para então se preocupar com a economia;
  • 31% acham que os idosos devem permanecer em casa por serem do grupo de risco e os mais jovens devem retornar ao trabalho;
  • Apenas 6% preferem dar prioridade a economia ao invés da saúde.

Outro ponto que vale destacar que tem ocorrido durante a pandemia de coronavírus e que se enquadra em todas as etapas de estudos do Instituto QualiBest sobre o assunto é o consumo online ou por apps, onde 2 em cada 10 pessoas continuam comprando por esses caminhos.

Produtos e serviços como:

  • 59% refeições ou comidas prontas;
  • 50% alimentos em geral;
  • 37% entrega de gás;
  • 36% produtos de higiene e cuidado pessoal;
  • 29% remédios sem prescrição médica;
  • 28% produtos de limpeza;
  • 22% entrega de água;
  • 20% cursos online e produtos para pets;
  • 18% Roupas, sapatos e acessórios, ente outros.

O que tem tido maior destaque nos mecanismos de busca?

Apesar da situação como um todo, as possibilidades de impactar seus clientes e reforçar a presença da sua marca, continuam. Nesse período o crescimento na busca online por diversão e informações cresceu de forma considerável.

Em comparação ao período antes da quarentena, a busca por entretenimento e informação ganha maior notoriedade:

  • 67% das pessoas estão consumindo mais filmes e séries do que antes;
  • 50% acessam mais sites de notícias;
  • 46% assistem mais noticiários na TV;
  • 43% ouvindo mais música;
  • 20% seguindo mais influenciadores digitais.

Desses que passaram a seguir mais influenciadores digitais, o destaque é o biólogo e pesquisador brasileiro, formado em microbiologia e doutor em virologia, Átila Iamarino e para a maior parte dos entrevistados as redes sociais não são a principal fonte de informações, contudo têm um papel fundamento no entretenimento durante a pandemia.

E como a população está reagindo a essa nova realidade?

Entender com maior profundidade como a população está reagindo a essa “Nova Realidade” é essencial para aprender como os próximos passos da sua empresa devem ser planejados, sendo que o comportamento do consumidor está mais volátil do que nunca.

Para a maioria, 2020 era visto como um ano de grandes expectativas, sonhos e planos, mas que foi abruptamente interrompido por algo invisível e silencioso. Além de mudar as prioridades de consumo, teve influência direta na moda das ruas, fazendo das máscaras um acessório para o dia a dia, como uma das armas fundamentais para combater o contágio do coronavírus.

Com as reflexões trazidas pelo isolamento social, o simples ganhou mais importância, tanto que as principais compras da população são de itens essenciais, como alimentos e produtos de higiene pessoal.

A situação fez com que o uso massivo da internet e de aplicativos se consolidassem como um hábito que a maioria pretende manter quando tudo estiver terminado.

A maior parte das pessoas passaram a ter seu comportamento baseado no senso de igualdade, aumentando a solidariedade entre conhecidos e estranhos. Isso tem motivado também o consumo de produtos advindos de comércios menores, que passaram a ser mais importantes, não só porque tinham menos aglomerações, mas também por ajudar pessoas que poderiam estar passando por dificuldades.

Além disso, com a crise econômica gerada pela pandemia, a população brasileira tem se conscientizado mais sobre a importância de se planejar financeiramente, o que inclui não apenas cortar gastos, mas também entender como funciona o mercado, como fazer a própria receita render mais e principalmente ter um consumo mais consciente.

Esse consumo consciente faz com que as empresas tenham de repensar suas estratégias de marketing, devido ao provável aumento nos questionamentos que irão surgir sobre a necessidade que existe em se adquirir determinados produtos, o que provocará uma queda nas compras por impulso (aproximadamente 60% dos consumidores adquirem produtos por impulso, dados relativos ao estudo realizado pelo SPC Brasil e o CNDL referente ao ano de 2018).

Assim, passa a ser ainda mais relevante que as empresas criem experiências de marca com seu público-alvo e isso já se mostra em números: 4 em cada 10 entrevistados no estudo “Comportamento do consumidor após a quarentena” lembraram de alguma marca que realizou ações de marketing para ajudar na crise.

Isso fez com que essas marcas conseguissem maior admiração do seu público, o que é uma excelente porta de entrar para reforçar a imagem da marca.

Mas, mesmo com tantas especulações a maior parte das pessoas acham que a nova realidade trazida pelo coronavírus e a quarentena ainda é uma incógnita, na qual novos valores e novas atitudes irão fazer toda a diferença.

É inevitável não considerar que ainda pode haver mais mudanças por vir, ao passo que o fim da pandemia e do isolamento social não possui uma perspectiva clara e conforme esses prazos não determinados continuam a se estender, a possibilidade de mudanças nos hábitos de consumo da população continua sendo uma possibilidade real.

No entanto, como apontamos ao longo desse artigo, algumas mudanças tendem a ser permanentes e cabe as marcas e as equipes envolvidas fazer o necessário para se tornarem relevantes e continuar estudando o comportamento do seu público-alvo.

Com o objetivo de tornar essa nova empreitada um pouco mais agradável, o Instituto QualiBest disponibiliza de maneira gratuita os principais estudos a respeito não só do comportamento do consumidor, antes, durante e após a pandemia, como também possíveis caminhos e soluções baseadas em informações assertivas sobre diferentes perfis e grupos de pessoas, como o estudo “Soluções de pesquisas qualitativas em época de quarentena”, por exemplo.

Se você quer saber qual estratégia pode ser a melhor para a sua empresa nesse momento entre em contato com a equipe do Instituto QualiBest e fale com um de nossos colaboradores.