A pandemia mudou a maneira como mercado e consumidor se comportam. Com prioridades se transformando e a digitalização da maioria dos processos, os meios de pagamento também sofrem o impacto do coronavírus. A adoção do Pix, por exemplo, acabou se tornando uma maneira fácil e ágil de realizar pagamentos, sem precisar trocar muitas informações fiscais ou esperar dias para o dinheiro bater na conta. O varejo acompanha essas tendências e também traz novidades. Para ter uma melhor ideia do cenário, a pesquisa “Panorama dos meios de pagamento no varejo brasileiro”, desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest traz detalhes sobre o tema. 

De acordo com estudo, 62% das empresas fizeram modificações para lidar com a Covid-19 nos últimos 12 meses, encontrando soluções como parceria com marketplaces, empresas de cashback e QR Codes – essa transformação trouxe uma adoção maior de meios de pagamento como aplicativos e carteiras digitais. “O uso mais intenso de meios de pagamento digitais é positivo para a economia, pois aumenta a formalização do mercado e torna mais fácil alcançar a população desbancarizada”, analisa Eduardo Terra, presidente da SBVC.

Meios alternativos como cashback, por exemplo, já são utilizados por 45% dos consumidores, enquanto que cupons de desconto e programas de fidelidade também cresceram em relação aos anos anteriores. Mesmo assim, ainda existe um parcela de 23% que não utiliza nenhum desses meios de pagamento.

Apesar de a população ainda preferir o cartão de crédito (bens duráveis), débito ou dinheiro nas lojas físicas, o estudo mostra que 65% dos entrevistados estão cumprindo a quarentena com isolamento social, realizando a maioria das transações direto de casa – 84% dos respondentes já realizaram compra online, sendo que 16% deles fizeram a primeira durante a quarentena. Além disso, 78% aumentaram seu consumo pela internet no mesmo período.

Tendência vira realidade com a pandemia

A SBVC* avalia ainda que essas ferramentas que eram apenas uma tendência antes da pandemia acabaram se tornando uma realidade de maneira acelerada, como se o mundo tivesse avançado anos em questão de meses. Para se ter uma ideia, já é de 36% a porcentagem de consumidores que usam o Pix para pagar compras online, enquanto que 55% dos varejistas oferecem a solução como forma de pagamento. Além disso, 22% do público fazem pagamentos por aplicativo, contra apenas 4% no ano de 2018.

Uma outra pesquisa feita pelo Instituto Qualibest em parceria com a Bip para o Dia dos Namorados em 2021 já mostrava a tendência se materializando: apesar do cartão de crédito sair na frente como método de pagamento favorito para a data (52%), 10% dos entrevistados já faziam uso do Pix e 1% das carteiras digitais. Vale ressaltar que, segundo o Global Payments Report da Worldpay, o Brasil tinha cartão de crédito (43%) e boletos bancários (12%) como principais meios de pagamento em 2020. Em 2021, nossa pesquisa já aponta o Pix na frente do boleto (3%).

Outros países do mundo já apresentam tendência em pagar as contas sem cédulas desde muito antes da pandemia. Na Suécia, por exemplo, você terá dificuldades em encontrar estabelecimentos que aceitem pagamento em dinheiro vivo, incluindo o transporte público. Tanto lá quanto na Noruega, os ônibus são equipados com leitores de QR Code. Ou seja, você baixa um aplicativo no seu celular e compra as passagens diretamente por lá, no seu cartão. Já na Espanha, existe o Bizum, que funciona como uma versão do Pix onde basta ter o número de telefone da pessoa para quem gostaria de transferir o dinheiro, não sendo necessário qualquer outro dado. 

Bancos Digitais

Em 2019, uma pesquisa do Instituto Qualibest já mostrava a tendência em aderir a bancos digitais pelos brasileiros. Nomes como Nubank, Inter, Original, Agibank e Neon já eram conhecidos por 78% dos internautas. Além disso, apenas 30% dos entrevistados visitavam uma agência bancária mais de uma vez por mês, mesmo sendo 81% a parcela de pessoas que acreditam na importância de ainda existirem agências físicas. Clique aqui para ver mais detalhes.

A mesma pesquisa traçou o perfil desses clientes de bancos digitais, para entender melhor o que os motiva. Foi possível perceber, por exemplo, que valores das tarifas mais baixos, acessibilidade para resolver tudo pela internet e inovação são os principais pontos que chamam atenção do público. 

 

*Sobre a SBVC – Fundada em 2014, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) é uma organização sem fins lucrativos, aberta, multissetorial e com atuação complementar às demais entidades de classe do varejo. Sua missão é contribuir para o aumento da competividade do varejo, por meio de conteúdos e estudos de mercado, promovendo networking entre executivos do varejo de todos os segmentos. A entidade tem como objetivo defender os interesses do segmento através do fornecimento de estudos e pesquisas. A SBVC é sustentada por quatro pilares fundamentais: conteúdo, relacionamento, responsabilidade social e apoio técnico.