Uma parte da geração prateada possui renda própria, filhos criados e tempo para investir em lazer, compras, viagens e bem-estar. Esse público constitui um mercado de grande potencial, porém demanda uma atenção diferenciada, exigindo das empresas um olhar atento. Muito desse potencial ainda não foi explorado, simplesmente pela falta de informação sobre as necessidades dessas pessoas.

As ofertas para a geração prateada não precisam ter “terceira idade” no rótulo, e sim na sua concepção. É preciso compreender que atributos esse público valoriza e investir num mix de marketing adequado. Essas pessoas estão dispostas a investir em relações duradouras com empresas que oferecem modelos de negócios baseados em simplicidade, acesso fácil e boa visualização das informações, atendimento humano, acessibilidade e outros elementos que fazem a diferença para a “velha guarda”.

A economia prateada

Economia prateada é a soma de todas as atividades econômicas associadas às necessidades das pessoas com mais de 60 anos e os produtos e serviços que elas consomem diretamente ou virão a consumir no futuro.

Apesar das barreiras, como o deslocamento e as limitações comuns da idade avançada, a geração prateada mantêm o hábito de ir às compras como forma de reafirmar sua autonomia, independência e desejo, fazendo questão de garantir suas preferências.

Essa foi uma das descobertas da pesquisa Entendendo o Shopper da Nova Idade, elaborada pelo Instituto QualiBest, baseada em um estudo exploratório de compras acompanhadas, realizado no mês de julho com homens e mulheres com idades entre 64 e 88 anos.

Oportunidades no mercado da longevidade

Segundo a nossa diretora-geral, Daniela C. Malouf, nos supermercados, por exemplo, ainda há pontos de atenção que parecem comprometer a experiência de compra da geração prateada, como a organização das prateleiras, nas quais muitas vezes os produtos não são expostos de forma correta, ficam escondidos nas prateleiras, há vários itens com embalagem muito semelhantes ou etiquetas que não correspondem ao que está exposto.

O que representa muitas oportunidades para as empresas que souberem investir no mercado da longevidade oferecendo, por exemplo:

Melhores embalagens – muitas marcas ainda produzem embalagens que são um desafio para abrir e para manipular por mãos mais delicadas por conta da idade, além de, embalagens com letras pequenas e com diferenças muito sutis entre os produtos da marca. Por outro lado, as embalagens de uma marca de papel higiênico, com alças, é totalmente aprovada pelo shopper 60+.

Melhores PDVs – corredores com obstáculos, pouca iluminação e a disposição dos produtos mais comprados pelo shopper 60+ em prateleiras muito altas ou muito baixas, foram alguns dos itens mencionados na pesquisa como motivo de desconforto ou até mesmo um impedimento à compra.

Melhor experiência – muitos dos entrevistados também destacaram que os atendentes em loja são um ponto de apoio e suporte para mostrar onde está um produto, ler uma etiqueta… Assim, treinar as equipes para interagir e se relacionar melhor com esse público, ter conhecimento sobre linhas mais amigáveis e mais saudáveis para os 60+ irá oferecer uma melhor experiência a esses clientes.

Para atender as demandas da geração prateada, é importante pensar em uma comunicação adequada, seja ela visual, sonora ou qualquer outra que aconteça de forma sensorial. Assim como em SKUs acessíveis, com descrição e distinção clara. Trabalhar embalagens ergonômicas, fáceis de abrir e em porções menores também devem estar no radar das empresas. Eletrodomésticos mais leves e fáceis de manusear também podem ser bem recebidos não só por esse novo segmento de consumidores, mas por todos os públicos. Esses fatores podem fazer muita diferença para o seu negócio.