Ser mulher e mãe tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil na vida das brasileiras. Esse foi o resultado que encontramos no estudo “A nova mãe brasileira” realizado em parceria com o blog Mulheres Incríveis.

O levantamento feito em abril de 2016 com 1.317 mulheres de todas as regiões do país mostra a luta para dar conta da carreira, do relacionamento e dos filhos. A amostra privilegiou mães de 25 a 44 anos (mais de 60% do total de entrevistadas), com filhos bebês, crianças e pré-adolescentes.

Mães lindas, multitarefas, felizes com seus filhos e sua família, a imagem que publicidade faz da mãe brasileira precisa ser retocada. As mulheres com filhos, no Brasil, se sentem culpadas, cansadas e distantes do estereótipo da mãe perfeita.

7 em 10 mulheres acreditam que a vida de mãe é difícil

Antes de mais nada, 41% diz não se sentir representada pela imagem da mãe na mídia (em filmes, novelas e redes sociais). 46% afirma que a ideia de “mãe perfeita” não as representa, assim como as figuras de mães que estão sempre felizes, que são multitarefas, que são guerreiras e vencem tudo ou que fariam qualquer sacrifício pelos filhos.

Ainda assim, quando perguntadas sobre o que torna a maternidade nos tempos atuais tão difícil, 75% declara que isso se deve a questões financeiras. “Muitas mães criam os seus filhos sozinhas e quase 40% delas são as principais responsáveis financeiras das famílias. Isso não se restringe àquelas com salários menores. Curiosamente, não há grande variação entre classes sociais quando assunto é a falta de dinheiro.

Seja como for, talvez as mães nunca tenham se sentido tão culpadas quanto nos tempos modernos. E a pesquisa mapeia isso por meio de um cruzamento de perguntas sobre o que as leva a carregar toda essa culpa. O dinheiro, mais uma vez, se mostrou de grande preocupação entre as mamães:

55% assumiram se sentir culpadas por não terem condições financeiras de oferecer o que elas acreditam que seus filhos merecem, como uma escola melhor, roupas novas, itens eletrônicos e viagens.
Por isso, em segundo lugar veio a falta de paciência – 36% sente uma grande culpa quando perdem as estribeiras. Outras razões para esse sentimento envolvem não ter disposição ou tempo para brincar e ajudar nas lições de casa, deixar que eles passem muitas horas vendo TV ou jogando videogame para que se mantenham calmos, ser muito exigente e rigorosa, não conseguir impor limites, sentir-se distante dos filhos e não amamentar ou alimentar as crianças de forma correta.

Portanto, se a realidade das mães está mudando, a visão sobre a maternidade muda junto, quando perguntadas qual imagem melhor define a mãe brasileira:

51% das entrevistadas escolheram a opção “A mãe que ama seus filhos, mas também ama seu trabalho, seu parceiro e tem outros interesses na vida”. Apenas 18% elegeram a frase “A mãe que tem seus filhos como prioridade”.

Sobretudo um importante ponto da pesquisa é que as dificuldades ainda não superaram a mística em torno da maternidade e do quase “sagrado” papel de mãe. A maioria ainda concorda que:

“Ter o amor dos filhos compensa quase tudo” e que “não voltaria atrás se pudessem escolher não ser mães”.

Por fim, as mães brasileiras consideram mais importante o vínculo e a cumplicidade com seus filhos, comparativamente com a necessidade de conquistar seu respeito ou criá-los independentes para o mundo. Isso reflete as relações afetuosas, que caracterizam os brasileiros.

Saiu na mídia: Folha de S. Paulo e UOL

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